CorrespondênciaRua dos Otonis, 601 -Vila Clementino -São Paulo -SP Cep 04025-001 Tel/Fax: (11)5084-2514 pfeldner@alfa.epm.br RESUMO OBJETIVOS. Caracterizar e quantificar os subtipos de glicosaminoglicanos sulfatados (GAGs) existentes no tecido peri-uretral de pacientes com e sem prolapso genital. METODOS. Foram incluídas 35 pacientes que se submeteram a cirurgia vaginal para correção de distopias genitais e/ou incontinência urinária de esforço ou por outra condição benigna. As pacientes foram avaliadas por anamnese padronizada, exame físico e urodinâmico e agrupadas segundo a existência do prolapso genital. Durante o procedimento cirúrgico, amostras de aproximadamente 1,0 x 1,0 cm do tecido periuretral foram retiradas para avaliação. Os GAGs foram extraídos do tecido por proteólise e precipitação por ácido tricloroacético e caracterizados por eletroforese em gel de agarose. A quantificação foi feita por meio de densitometria a 525 nm do gel corado com azul de toluidina. Compararam-se os dados pela análise de variância (ANOVA). RESULTADOS. Nos grupos estudados, houve maior predomínio de dermatam sulfato (DS), em torno de 85% do total de GAGs, seguido do condroitim sulfato (CS) e do heparam sulfato (HS). Observou-se aumento significativo dos GAGs totais, do DS e do HS em mulheres com prolapso genital. Não se observou diferença significante com relação ao CS. CONCLUSÃO. Este estudo demonstrou diferenças na matriz extracelular do tecido periuretral com aumento de GAGs totais, DS e HS nas mulheres com prolapso genital.UNITERMOS: Prolapso uterino. Glicosaminoglicanas. Bioquímica. Matriz celular. . Resulta do deslocamento das vísceras pélvicas no sentido caudal, em direção ao hiato genital decorrente do desequilíbrio entre as forças encarregadas de manter os órgãos pélvicos em sua posição normal, e aquelas que tendem a expeli-los para fora da pelve. Dentre as diversas teorias, sabe-se que a fisiopatologia do prolapso genital envolve fundamentalmente defeitos nos tecidos de suporte. Esta frouxidão poderia ser causada por defeito intrínseco dos tecidos constituintes das estruturas de suporte, como ligamentos, fáscias e músculos 3,4 . A integridade das estruturas de sustentação depende da composição e arranjo do tecido conjuntivo. Desta forma, o espaço extracelular, freqüentemente preenchido por componentes fibroconjuntivos denominados de matriz extracelular, é de importância fundamental para a função dos tecidos. A matriz extracelular é constituída, em proporções variáveis, por colágeno, fibras elásticas, proteoglicanos, glicosaminoglicanos e elementos celulares, que se organizam formando uma rede, em parte responsável pela grande diversidade morfológica e funcional 5,6 . Os múltiplos componentes da matriz dividem-se em dois tipos: 1) moléculas protéicas alongadas que se unem formando estruturas fibrilares, como o colágeno e a elastina; 2) estruturas não fibrilares que podem ter dois subtipos, a saber: a) glicoproteínas alongadas como a fibronectina e a laminina; b) glicosaminoglicanos e proteoglicanos. O colágeno e a el...