Estima-se que, nos últimos 10 anos, houve um aumento de 24,4% no número anual de imigrantes registrados em território brasileiro (SANIELE, 2021). Independente das razões econômicas, políticas e sociais que levam à migração, pode-se afirmar que o ensino da língua portuguesa surge como uma importante ferramenta para que imigrantes e refugiados possam buscar novas oportunidades de emprego, de estudo, e de socialização como um todo. Tendo em vista este contexto, o presente artigo tem por objetivo discutir a importância de uma perspectiva crítica para o ensino de português para imigrantes e refugiados no Brasil. Mais especificamente, partimos da discussão do conceito de português como língua de acolhimento (LOPEZ; DINIZ, 2018) para defender a importância de uma educação linguística pautada na justiça social. Apresentamos, portanto, os preceitos e fundamentos da pedagogia crítica (FREIRE, 2005) e da pedagogia crítica para ensino de línguas (CROOKES, 2013) como possibilidades para um fazer pedagógico que ressignifique o ensino de língua portuguesa de forma a evitar a reprodução de práticas colonialistas e impositivas de ensino. Por meio de uma análise crítica das necessidades de imigrantes e refugiados no sul do Brasil (MARCELINO, 2020), destacamos que o ensino de português deve partir da realidade e das necessidades dos estudantes e também promover encontros interculturais que valorizem suas identidades, histórias e conhecimentos.