É possível entender o envelhecimento como um processo biopsicossocial intrínseco ao desenvolvimento humano, tende a representar um reflexo direto das relações sociais. O corpo jovem é relacionado à autonomia e obtenção de satisfação, por outro lado, a velhice é produto de alterações fisiológicas e bioquímicas complexas a culminar no comprometimento relativo e progressivo da autonomia individual, impactar no estilo de vida, saúde mental e a percepção individual quanto a sociedade e a si mesmo, e tal imagem não costuma ser objeto de anseio social. Sendo o envelhecimento populacional uma consequência às mudanças de indicadores de saúde, demanda-se um conjunto de modificações em políticas públicas galgando a robustez nos processos de promoção, proteção e democratização universalizada em saúde. Sob a ocelar da Geriatria, saúde do idoso pode ser apontada como a capacidade funcional máxima pelo maior tempo alcançável, entendendo que para as projeções das Nações Unidas, a população idosa aumentará de 3,1% em 1970 para 19% em 2050, o papel da Atenção Primária à Saúde-APS será cada vez mais determinante, uma vez que é o nível de assistência mais próximo dos idosos, sua realidade de vida, cotidiano individual e familiar, bem como das agruras mais prevalentes nesses indivíduos. As intervenções multidisciplinares são capazes de estabelecer um meio para que o acompanhamento dessa população seja mais eficaz, bem como pode auxiliar no processo terapêutico e preventivo, assim tornando o idoso um alvo de políticas de saúde promotoras da autonomia, participação social, e integralidade da assistência.