; João José de Deus Cardoso, ACBC-SC
5; Luiz Eduardo Villaça Leão, TCBC-SP 6 RESUMO: Objetivos: Avaliar o efeito da ventilação associada a frações inspiradas de oxigênio a 0,21 e 1,00 e do alopurinol (antioxidante) na isquemia-reperfusão pulmonar. Método: Foram utilizados 60 ratos Wistar, distribuídos aleatoriamente em seis grupos. O grupo 1 foi o controle; no grupo 2 os animais foram ventilados durante a isquemia-reperfusão pulmonar com FiO 2 de 0,21; e no grupo 3, com FiO 2 de 1,00. Os três grupos restantes 1A, 2A e 3A foram medicados com 100 mg/kg de alopurinol no pré-operatório e submetidos a procedimentos semelhantes aos grupos 1, 2 e 3, respectivamente. O modelo utilizado foi de isquemia-reperfusão normotérmica, in situ. O tempo de isquemia foi de 30 minutos, e o de reperfusão, de 10 minutos. Como parâmetros de avaliação foram utilizados a pressão arterial média sistêmica (PAM), a relação da pressão parcial de oxigênio/fração inspirada de oxigênio (PaO 2 /FiO 2 ), a dosagem das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido pulmonar e a relação entre peso pulmonar úmido e peso pulmonar seco. Resultados: Em relação à PAM, ocorreu diminuição significante (p<0,05) entre os grupos 3 x 1, 2 x 2A e 3 x 3A. Na PaO 2 /FiO 2 ocorreu diminuição significante (p<0,05) entre os grupos 3 x 2 e 3 x 3A. Nas TBARS ocorreu diminuição significante (p<0,05) entre os grupos 3 x 3A. Na relação peso pulmonar úmido/seco ocorreu aumento significante (p<0,05) entre os grupos 3 x 2, 2 x 2A e 3 x 3A. Conclusões: A ventilação com oxigênio a 21%, quando comparada à ventilação com oxigênio a 100%, apresentou diminuição menos acentuada da PAM, melhor relação entre PaO 2 /FiO 2 , e menor edema pulmonar. O uso de alopurinol no pré-operatório mostrou uma diminuição menos acentuada da PAM, melhor relação entre PaO 2 /FiO 2 , menor produção de TBARS e menor edema pulmonar, quando comparado aos resultados dos grupos que não o utilizaram (Rev. Col. Bras. Cir. 2004; 31(5)
INTRODUÇÃOO transplante de pulmão tornou-se uma opção terapêutica em pacientes portadores de estágios finais de doenças pulmonares em vários centros especializados 1-3 . Embora tenha alcançado bons resultados, continua havendo fatores limitantes para a sua realização, entre eles a dificuldade de obtenção do enxerto e a rejeição, a infecção e a preservação do órgão. Observa-se que 10% a 20% dos pacientes desenvolvem falência primária do enxerto, que é o principal responsável pela alta mortalidade no pós-operatório imediato 4 . A falência primária do enxerto é caracterizada por uma grave alteração funcional e manifesta-se com edema e diminuição da complacência pulmonar. Essa situação é provavelmente conseqüência da lesão de isquemiareperfusão, que é fortemente influenciada pela preservação do órgão 4-6 . Durante o período de preservação pulmonar, a isquemia do pulmão leva a uma queda da produção energética da célula e se estabelece o metabolismo anaeróbio. A reperfusão, necessária para a recuperação do metabolismo celular normal, paradoxalmente, pode aumentar a l...