Desde o início da pandemia de COVID-19, o perfil de mortalidade e os fatores de risco associados foram amplamente rastreados em diferentes partes do mundo. Assim, analisamos a ocorrência de óbitos através do boletim da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe, Brasil, publicado em 9 de junho de 2021. Os dados foram analisados de forma descritiva e inferencial por meio do software R. Sergipe registrou 5.295 óbitos pelo novo coronavírus durante os 15 primeiros meses de pandemia, 2.592 (49,0%) em 2020 contra 2.703 (51,1%) em 2021. As vítimas apresentavam idade média de 65,3 (± 17,4) anos, com predomínio do sexo masculino (56,2%), de região metropolitana de Aracaju (56,0%) e que apresentam alguma comorbidade (71,3%). Observou-se diferença significativa na mediana de idade em relação ao ano do óbito, sexo e comorbidade, além do ano do óbito com a idade e localização, com aumento na proporção de óbitos entre pessoas de 30 a 59 anos de 25,6% em 2020 para 33,8% em 2021. Nas pessoas com 60 anos ou mais, porém, houve queda em 2020, essa faixa etária representava 71,1% dos óbitos e subiu para 63,6%. Essas variações no perfil da mortalidade podem ser atribuídas ao retorno às atividades laborais envolvendo a faixa etária adulta, bem como à vacinação dos idosos, como grupo prioritário. Deste modo, observamos que o sexo, a idade e a presença de comorbidades foram os fatores com maior influência sobre a mortalidade por COVID-19.