Ansiedade Na Performance Musical De Música De Câmara: O Efeito Do Biofeedback Como Medida Interventiva

Abstract

A ansiedade na performance musical (APM) é descrita como uma apreensão persistente que compromete as competências performativas, tanto em performances a solo como em grupo. Para além dos sintomas fisiológicos, como aumento do batimento cardíaco, hiperventilação, transpiração ou náusea, está associada a sintomas de natureza psicológica e cognitiva de impacto negativo na performance. Este trabalho pretende estudar a eficácia do treino de biofeedback em contexto de performance de música de câmara. Com um desenho do tipo quasi – experimental, foram selecionados 2 quartetos de trombonistas, sendo o quarteto (1) o grupo experimental e o quarteto (2) o grupo de controlo. Ambos realizaram apresentações públicas, antes e depois da intervenção. O quarteto (1) foi submetido a um programa de 8 sessões bissemanais de treino de biofeedback, no intuito de verificar a sua contribuição para diminuir os efeitos da APM. Na avaliação da eficácia da intervenção foram aplicados pré e pós intervenção os questionários State Trait Anxiety Inventory (STAI), Kenny Music Performance Anxiety Inventory (K-MPAI) e Kessler Psychological Distress Scale (K10). Os resultados sugerem que este tipo de intervenção se revela favorável no que diz respeito à diminuição dos níveis de APM em contexto de música de câmara. São referidas algumas implicações deste estudo para a redução da ansiedade de performance quer em contextos de formação e ensino da música quer em contextos de prática profissional.

Biofeedback from the inside: impressões e percepções sobre os processos de simulação durante o treinamento para controle da ansiedade na performance musical

“…For any such trial-and-error learning to occur, the presence of feedback of a given behavior's consequences is essential" (GRUZELIER; EGNER, 2004: 198 THURBER et al, 2010. WELLS et al, 2012. BARROS, 2018.…”

“…

Resumo: O presente trabalho investigou o treinamento em biofeedback para o controle daAnsiedade na Performance Musical (APM) pela ótica de um músico, com o objetivo de estudar processos de autorregulação fisiológica inerentes à atividade. A metodologia teve como ponto de partida o programa de treinamento em biofeedback estabelecido e testado por Chaló (2016) com estudantes universitários, adaptado para o âmbito da performance musical por Barros et al (2019). Neste estudo, as oito sessões de treinamento planejadas foram divididas em duas fases com modalidades de simulação da performance distintas: mental e virtual.

…”

“…It aims at studying physiological self-regulation processes that are inherent to musical performance through the application of a biofeedback training programme as methodology. This training was designed and tested by Chaló (2016) with university students, and later adapted to the musical performance context by Barros et al (2019). In this study, eight training sessions were planned and divided into two phases, and both included mental and virtual modalities of performance simulation.…”

“…SCHUHFRIED, 2004. fazer parte do repertório do participante e por apresentar passagens percebidas como desafiadoras e de alta complexidade, contendo elementos técnico-interpretativos virtuosísticos. A intenção foi promover estados emocionais tanto de situações de estresse quanto de situações de relaxamento, semelhantes ao treinamento aplicado porBarros et al (2019), sempre com a performance musical como foco do processo mental. Neste estudo, o treinamento teve como referência a recordação de uma situação-padrão de execução.3.3 Diários reflexivos: dados qualitativosApós cada sessão de treinamento, o participante realizou anotações em uma agenda, em forma de diário reflexivo (GRAY;MALINS, 2004: 113-114), que continha a data, o número da sessão e uma breve descrição das impressões vivenciadas durante a sessão, assim como pontos positivos e negativos das estratégias utilizadas.…”

Music performance anxiety in Portuguese higher education: Contextual factors, perceptions, and strategies

“…A great deal of research on MPA has been conducted, but most studies have used quantitative approaches to evaluate interventions using methods such as virtual reality (Aufegger et al, 2017; Williamon et al, 2014), biofeedback (Barros et al, 2019; Wells et al, 2012), cognitive behavioral therapy (Braden et al, 2015; Osborne et al, 2007), and relaxation techniques (Bartos et al, 2021; Sousa et al, 2012). Samples have included professional (Castiglione et al, 2018; Kenny et al, 2014), amateur (Castiglione et al, 2018), and student musicians (Araújo et al, 2017; Barros et al, 2022).…”