No Brasil, a canola, Brassica napus, é associada a uma grande diversidade de artrópodes, destacando-se fitófagos, predadores e polinizadores que visitam o cultivo em busca de recursos alimentares. Apesar dos estudos já realizados na canola, ainda são escassas as informações acerca das formigas que ocorrem nessa cultura. Por isso, este estudo teve como objetivo realizar um levantamento preliminar desses insetos em uma área cultivada com canola no estado do Rio Grande do Sul. O estudo foi conduzido numa área experimental de 800 m2, da Embrapa Trigo, Passo Fundo, que foi plantada com o híbrido Hyola 433, durante dois anos, em maio de 2015 e em maio de 2016. As coletas de formigas foram realizadas com armadilhas-de-solo do tipo “pitfall trap”, contendo solução conservante, e que ficavam no campo por sete dias. Após esse período, as formigas eram coletadas e a solução era reposta para a coleta da próxima semana. Em 2015, as coletas foram realizadas de junho a setembro (15 amostragens), e em 2016, de junho a outubro (20 amostragens). Foram coletados 414 indivíduos de formigas, distribuídos em quatro subfamílias (Dolichoderinae, Formicinae, Myrmicinae e Ponerinae), contemplando 31 espécies ou morfoespécies. A subfamília que predominou foi Myrmicinae (87,2%), que também apresentou o maior número de espécies identificadas (n=19). Exemplares de Pheidole foram os mais abundantes (76,8%) e também esse gênero foi o que apresentou a maior diversidade de espécies (10). As formigas Dorymyrmex jheringi, Pheidole cramptoni, Pheidole eidmanni e Pheidole industa estão sendo registradas pela primeira vez para o estado do Rio Grande do Sul, e, no caso da última citada, para o Brasil. O cultivo da canola apresentou uma grande diversidade de formigas, incluindo-se espécies fitófagas, predadoras e uma de parasita social de Acromyrmex: Pseudoatta argentina.