Estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina de Botucatu, São Paulo, demonstrou que pacientes na pós-menopausa tratadas de câncer de mama apresentaram aumento do risco de desenvolver SM, com odds ratio (OR) de 1,66 e intervalo de confiança de 95% (IC95%) 1,04-2,68, disglicemia (OR=1,05; IC95% 1,09-3,03) e hipertensão arterial (OR=1,71; IC95% 1,02-2,89) quando comparadas às mulheres de mesma faixa etária sem a doença. A SM esteve presente em 50% das pacientes tratadas de câncer de mama e em 37,5% no grupo controle 10 . Esses resultados estão em concordância com outros estudos 11,12 . Mulheres com SM apresentam maiores taxas de estadios II, III e IV no momento do diagnóstico do câncer de mama quando comparadas às pacientes sem síndrome, sendo as taxas de 78 e 55%, respectivamente. A hiperinsulinemia, a hiperglicemia e a obesidade central apresentam relação direta com o comprometimento axilar, alto grau histológico e estadiamento tardio no diagnóstico do câncer de mama 13 . Em grande estudo populacional, Rosato et al. compararam 3.869 mulheres na pós-menopausa com câncer de mama com 4.082 mulheres na mesma faixa etária sem câncer. Os fatores de risco significativos para câncer de mama foram: diabete mellitus, hipertensão arterial, hiperlipidemia e obesidade abdominal. Os autores concluíram que a SM é fator de risco independente para câncer de mama, com risco relativo (RR) 1,75, e que o risco aumenta com a idade (RR=3,04) 14 . A literatura recente associa a SM ao câncer de mama em diferentes aspectos: 1. SM aumenta o risco de câncer de mama na pós-menopausa 14 ; 2. mulheres com câncer de mama na pós-menopausa têm maior risco de desenvolver SM 10 ; 3. mulheres com SM e câncer de mama têm pior prognóstico oncológico 13 ; 4. mulheres com SM e câncer de mama têm alto risco de morte por DCV 9 .