Introdução: A Hepatite B, devido sua ampla prevalência, representa um problema de saúde pública mundial. O vírus, encontrado em diversos fluidos corporais, apresenta alta transmissibilidade. A preocupação é ainda maior com profissionais da saúde pelo risco ocupacional, sendo os estudantes mais vulneráveis, devido sua inexperiência prática no manejo de materiais contaminados e, por vezes, falta de informações suficientes para sua proteção individual. Objetivo: avaliar o grau de conhecimento e a atitude de estudantes de Medicina quanto a Hepatite B. Material e Método: estudo de inquérito com alunos de Medicina do primeiro e quarto anos. Resultados: Como comportamentos de risco obteve-se como principal por ambas as turmas o não uso do preservativo. Respectivamente, 83,3% e 97,7% dos alunos do primeiro e quarto anos mostraram-se cientes do risco ocupacional da Medicina. A minoria de ambas as turmas havia esquema vacinal completo e apenas 22 alunos afirmaram terem avaliado a positividade de seu Anti-HBs. Todos os quartanistas reconheceram que biossegurança já havia sido abordada, sendo que 59,1% a julgou boa. A maioria dos alunos de ambas as turmas respondeu corretamente quais os equipamentos de proteção individual necessários para proteção contra o vírus, mas 20,5% dos alunos do sétimo período afirmou que o ensinamento para utilização desses equipamentos deveria ser reforçado. Conclusão: faz-se necessário reforçar as orientações referentes aos meios de transmissão do HBV, maior fiscalização quanto ao status vacinal e sorologia, além de incentivar medidas de precaução tanto nos ambientes de trabalho, quanto fora deles.Descritores: Hepatite B; Conhecimento; Riscos Ocupacionais.ReferênciasPinheiro J, Zeitoune RCG. Hepatite B: conhecimento e medidas de biossegurança e a saúde do trabalhador de enfermagem. 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