O processo de envelhecer se constitui imbricado de aspectos biológicos, psicoló-gicos, sociais e culturais 1 . O lugar e a sociedade em que nascemos e vivemos ao longo da vida são fatores determinantes para o modo como envelheceremos tanto quanto o nosso código genético, que determinará aspectos da nossa saúde física. Não basta, portanto, descrever de maneira analítica os diversos aspectos da velhice: cada um deles reage sobre todos os outros e é afetado por eles; é no movimento indefinido desta circularidade que é preciso apreendê-la 1 .No contexto atual, o que marca o debate atual acerca do envelhecimento são, dois modelos antagônicos de pensar.No primeiro deles, trata-se de construir um quadro apontando a situação de pauperização e abandono a que o velho é relegado, em que ainda é, sobretudo, a família que arca com o peso dessa situação. Esse modelo é criticado porque estaria, sem pretender, alimentando os estereótipos da velhice [..]. No segundo, trata-se de apresentar os idosos como seres ativos, capazes de dar respostas originais aos desafios que enfrentam em seu cotidiano, redefinindo sua experiência de forma a se contrapor aos estereótipos ligados à velhice 2 .Ainda, cabe destacar que, do ponto de vista econômico, os idosos se configuram hoje como um mercado crescente e promissor de bens de consumo, cultura, lazer, estética, serviços de prevenção e reabilitação em saúde. Do ponto de vista social, constituem-se como novos emergentes sociais, com poder de influir em seus destinos, por sua significância numérica e qualitativa, por meio da conquista de leis e benefícios 2,3 .Beauvoir 1 destaca que para uma boa velhice deve-se continuar a perseguir fins que deem sentido a nossa vida, como a dedicação a indivíduos, a coletividades, a causas, trabalho social ou político, intelectual e criador. Contrariamente ao que aconselham os moralistas, é preciso desejar conservar na última idade paixões fortes. A vida conserva seu valor enquanto atribuímos um valor à vida dos outros, por meio do amor, da amizade, da indignação, da compaixão.Atualmente os idosos, na certeza de que hoje não podem viver como antigamente, ocupam e redefinem os novos espaços criados para envelhecer, respondendo de maneiras diversas ao tipo de controle de emoções que passa a ser exigido deles 2 . E, dessa forma, têm conseguido romper com alguns preconceitos e estabelecer novas formas de viver, assumindo novos papéis neste momento da vida.