Aplicação dos princípios da economia circular em uma indústria de veículos comerciais

Diagnóstico do gerenciamento de resíduos industriais e perspectivas de aplicação de economia circular: um estudo de caso em São Carlos-SP

“…Mesmo com investimento em tecnologias e uso eficiente de recursos, em um sistema com enfoque no consumo, a demanda por recursos naturais ainda é contínua, o que reforça a insuficiência do sistema e evidencia que consistem em alternativas paliativas, ou seja, que desaceleram a necessidade por recursos naturais, mas não a cessam (BARDERI, 2017;EMF, 2013).…”

“…Nesse sentido, a EC tem como premissa a restauração e regeneração dos materiais, produtos e componentes, através da substituição da lógica do consumo pela lógica do uso (EMF, 2015). Para isso, busca a criação de oportunidades que refletem na valoração de materiais, componentes e produtos ao longo de todo seu ciclo de vida (BARDERI, 2017). A EC se espelha no funcionamento dos ciclos naturais dos ecossistemas, de forma a aplica-los no âmbito econômico (KORHONEN;…”

“…O tradicional modelo de produção e consumo, denominado linear, é caracterizado por extrair, processar, consumir e descartar materiais como rejeitos, desprezando a finitude dos recursos e a capacidade de assimilação do ecossistema (BARDERI, 2017).…”

“…Sendo assim, o modelo de economia linear (EL) resulta em prejuízos para a sociedade (BARDERI, 2017), entre eles: riscos de oferta, já que muitos países carecem de reservas de recursos naturais e realizam importações para suprir suas necessidades (ELLEN MACARTHUR FOUNDATION -EMF, 2015); intensificação da pressão e a exposição a riscos sobre os negócios industriais (EMF, 2015;LIEDER;RASHID, 2016), especialmente devido à volatilidade de preços associadas a redução da disponibilidade e oferta de insumos virgens (EMF, 2015;FISCHER;PASCUCCI, 2017); aumento de incertezas dos negócios decorrentes da volatilidade, a qual dificulta o crescimento econômico (EMF, 2015); perdas econômicas decorrentes do desperdício de materiais com valor agregado, os quais são descartados sem possibilidade de reaproveitamento e reinserção em novas cadeias produtivas (BARDERI, 2017); a degradação dos sistemas naturais (EMF, 2015); as tendências regulatórias, que têm por intuito precificar as externalidades negativas a fim de reduzi-las, como é o caso de alguns países europeus que criaram impostos sobre os aterros sanitários (EMF, 2015).…”

“…Nesse sentido, a temática de resíduos sólidos passou a ser uma questão relevante para as indústrias instaladas no Brasil, especialmente após a elaboração da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), legislação que estabelece diretrizes para a gestão e o gerenciamento adequados dos resíduos sólidos no país (BARDERI, 2017).…”