Resumo. Abelhas tem um papel muito importante na polinização de espécies vegetais. Por meio da polinização, as espécies vegetais trocam gametas e tem frutos em maior quantidade e em melhor qualidade. Conhecer o comportamento das abelhas é importante pois auxilia produtores a entender melhor as atividades das abelhas relacionadas com a polinização. Neste trabalho avaliamos como técnicas de aprendizado de máquina podem ser empregadas na tarefa de identificação de anomalias em comportamento de abelhas. Mais de 1200 abelhas de oito colmeias foram monitoradas com etiquetas eletrônicas (RFIDs) num período de 4 semanas. Mostramos como diferentes topologias de redes recorrentes podem auxiliar na tarefa de classificação de anomalia comportamental.
IntroduçãoA primeira grande importância das abelhas sociais para o homem refere-se à utilização do mel produzido por estas, que se tornou de grande valor comercial, assim como a cera e a resina. Esses produtos tornaram-se ainda de grande importância para a complementação do comércio rural da região Norte, assim como foi demonstrado no trabalho de [Venturieri et al. 2003]. Hoje, sabe-se que as abelhas desempenham um papel fundamental para manutenção da biodiversidade, por meio da polinização, sendo consideradas os agentes polinizadores mais eficientes para o processo. Imperatriz-Fonseca, Contrera e Kleinert [Imperatriz-Fonseca et al. 2004] descrevem que o valor anual estimado gerado pela atividade das abelhas para polinização, foi de US$65-70 bilhões por ano. Mais de 80% de todas as espécies de plantas com flores e mais de 3/4 das culturas agrícolas do mundo dependem de animais polinizadores. A maioria delas pode ser polinizada por uma ou mais entre as 20.000 espécies de abelhas conhecidas. Temos ainda culturas, como a do maracujá, em que é utilizada a polinização manual, mas as abelhas substituem com vantagem este trabalho caro e árduo; os frutos resultantes apresentam melhor qualidade e sabor.Apesar do crescimento global do número de colmeias domesticadas, a quantidade de abelhas vem diminuindo nos Estados Unidos desde a década de quarenta e em alguns países da Europa desde a década de sessenta [Potts et al. 2010]. Essa diminuição afeta não só as plantas oriundas das florestas nativas, mas também tem um impacto