“…Em cursos de formação inicial de professores, por exemplo, cada vez mais organizados de modo a se adequarem a "normas" que especificam "competências" rigidamente definidas; em que houve uma mudança acentuada dos locais de formação do ensino superior para o local de trabalho; em que os "alunos" foram rebatizados com sucesso como "estagiários"; em que a auditoria e a inspeção intensificada dos "prestadores de serviço" tornaram-se a regra; em que as prioridades de formação foram modificadas em resposta a uma sucessão de iniciativas governamentais, como a National Literacy Strategy [Estratégia de Alfabetização Nacional], parece difícil resistir à asserção de Bernstein de que a extensão dos modos genéricos "institucionaliza o conceito de empregabilidade como o objetivo pedagógico fundamental" (Bernstein 2000, p.59, grifo nosso). Ademais, a eliminação, nesses cursos, não apenas de todas as formas relevantes de teoria educacional, mas das mais instrumentais (principalmente a quase eliminação da Filosofia, da História e da Sociologia da Educação), pode ser vista como ilustradora da asserção bernsteiniana de que os modos genéricos envolvem um processo de "silenciamento" -ao negarem aos "estagiários" acesso às formas de conhecimento que permitem possibilidades alternativas de pensamento -, reproduzindo assim conceitos imaginários de trabalho e vida que abstraem experiências reais das relações de poder de suas condições vividas e negam as possibilidades de entendimento e crítica (2000, p.53;Jones, Moore, 1995).…”