RESUMO Este artigo discute a problemática da heterogeneidade e seus efeitos no Interacionismo em Aquisição de Linguagem e na Clínica de Linguagem, campos em que ela adquire o estatuto de proposição problemática. Está em questão a não-coincidência de um falante com a própria fala, dessa fala com a da massa falante e, também, entre falas de crianças e falas sintomáticas. Articula-se, neste quadro, o par heterogeneidade-singularidade, que impõe o afastamento ao recurso das descrições categoriais. Distingue-se singularidade de diferenças individuais que frequentam as Psicologias e campo das Ciências Humanas em geral. O pano de fundo teórico que movimenta a argumentação decorre de uma articulação particular entre Estruturalismo Europeu e Psicanálise. Saussure e Jakobson representam uma saída das descrições em favor de uma explicação sobre o movimento que subjaz os enunciados erráticos ou sintomáticos. A Psicanálise introduz a ideia de cisão subjetiva, que suspende a de sujeito epistêmico.