Atualmente a preocupação em relação à qualidade das águas consumidas, seja para hidropinia, recreação ou para usos terapêuticos é fato. As águas termais usadas para fins terapêuticos não poderiam deixar de estar nesse contexto. Na cidade de Poços de Caldas-MG, a população dispõe de dois Fontanários de águas termais sulfurosas de livre acesso para usos diversos, inclusive para ingerir. Desde que foram captadas em 1882, o sistema permanece com as mesmas características estruturais de quando foram implantadas. Além disso, a cidade cresceu e invadiu as áreas próximas às nascentes dessas águas, oferecendo riscos devido às ações antrópicas. Esse trabalho analisou a qualidade das águas termais sulfurosas distribuídas no Fontanário Pedro Botelho, localizado nas Thermas Antônio Carlos, e no Fontanário dos Macacos, situado no Balneário Mário Mourão, fazendo uma avaliação das águas segundo os padrões microbiológicos, bacteriológicos, físico-químicos, composição química e de radionuclídeos, durante um período de 12 meses e comparou com as legislações vigentes. Praticamente, todos os padrões estão dentro dos parâmetros de qualidade, exceto para os elementos denominados fluoreto e sódio que se encontram com valores acima do permitido pela legislação, que estipula limites para águas utilizadas para consumo humano, embora os usos a que se destinam as águas termais sulfurosas sejam para fins terapêuticos. Quanto aos valores altos de fluoreto foram detectados tanto no ponto do Fontanário Pedro Botelho quanto no Fontanário dos Macacos. Estas alterações no valor deste elemento estão relacionadas com uma incorporação natural do fluoreto às águas subterrâneas, devido à lixiviação das rochas fluoritas alcalinas, abundantes nessa região. O excesso de fluoreto nas águas consumidas podem causar fluorose dentária que se caracteriza por apresentar um escurecimento do esmalte dos dentes ou a fluorose óssea que se manifesta causando um enfraquecimento do esqueleto. Quanto ao valor de sódio, que ultrapassou os limites permissíveis pela legislação Portaria n. 2914/11 em média de 20 a 25%, nos dois Fontanários, pode-se relacionar a presença deste elemento nas águas termais sulfurosas à geologia do local. O sódio em excesso e se ingerido com frequência pode ser prejudicial para indivíduos hipertensos.Palavras chave: Águas minerais sulfurosas, águas termais, água-qualidade, Poços de Caldas (MG).