Estabelecimentos em todo o mundo enfrentam um trade-off entre seguir a lei e incorrer em custos trabalhistas mais altos ou fugir dos regulamentos e correr o risco de punição. Neste contexto, a inspeção do trabalho é a principal política pública que visa reduzir o hiato entre as leis no papel e o seu cumprimento pela sociedade. Este trabalho estuda como as inspeções afetam os resultados das empresas no Brasil. Exploramos o fato de que estabelecimentos não são avisados sobre o ato de fiscalização, o que torna o momento da ação exógeno. Combinamos os dados das empresas inspecionadas entre 2007 e 2017 com os dados administrativos do empregador-empregado (RAIS). Usando uma amostra com empresas inspecionadas apenas uma vez no período ou nunca inspecionadas que tinham entre 10 e 500 funcionários inicialmente e adotando as abordagens de estudo de evento/diferença-em-diferença, descobrimos que receber a fiscalização afeta negativamente o estabelecimento. Observa-se um declínio nos oito trimestres seguintes a fiscalização no emprego, contratação, separação e salários. O efeito médio é de cerca de 16,47%, 17,39%, 11,31% e 4,26% respectivamente. Também é documentado uma pequena mudança na composição da mão de obra devido à fiscalização, contratos mais flexíveis e menos horas contratadas. Além disso, os estabelecimentos do setor de construção e serviços são os mais afetados, assim como as empresas com 50 a 100 empregados. Argumentamos que o principal canal pode ser via aumento dos custos trabalhistas.