Em 2016, três anos depois de ter concluído o doutoramento, embarquei numa primeira tentativa de traduzir a minha pesquisa etnográfica, em Maputo entre igrejas Zione, para uma linguagem gráfica. Através de uma série de ilustrações individuais, procurei condensar graficamente algumas etapas que marcam o percurso de cura Zione, sintetizando várias histórias e testemunhos distintos em cada uma das imagens. Esta abordagem pretendia dar corpo ao universo simbólico e material Zione dentro de um quadro gráfico. Ao longo dos últimos anos, periodicamente, revisitei e refinei esses desenhos num processo cíclico de criação e reflexão. As ilustrações apresentadas neste artigo servem, portanto, como uma retrospetiva dessa jornada – uma exploração artística posterior à escrita de uma tese etnográfica. Esses desenhos foram gerados como uma linguagem representacional pós-trabalho de campo, refletindo memórias do terreno, testemunhos recolhidos, e experiências pessoais vividas entre os dois momentos.