Arqueologia pedagógica

Abstract

A arqueologia no Brasil, vem sendo desenvolvida em geral desconectada das práxis pedagógicas. O objetivo deste artigo, é alcançar uma proposta para reduzir essa desconexão, com fomentação da pedagogia arqueológica articulada à correntes teóricas para o desenvolvimento de conteúdos que proporcionem autonomia. Esta fomentação perpassa pelo entendimento que a pesquisa arqueológica, não é uma atividade tecnicista, e que deve ser integrada as humanidades com a promoção de interações que proporcionem conexões com as pessoas e suas memórias, ancestralidades e práticas. Sendo necessário compreender que a pedagogia arqueológica não deve estar centrada em descrever os registros arqueológicos e/ou na formulação de sínteses com linguagem abstrata, mas deve buscar mostrar as conexões com as sociedades dos lugares onde a investigação é realizada.

Percorrendo caminhos da arqueologia e da educação: encontros no ensino escolar

“…Isso porque a arqueologia brasileira encontra muitas dificuldades para se engajar na educação devido à falta de formação pedagógica da maior parte de seus profissionais. O afastamento de arqueólogas e arqueólogos da prática pedagógica é um problema de longa duração, urgente de ser equacionado (notado desde Tenório e Franco [1994b], passando por Almeida [2002] até Samia [2021] entre outros, em décadas de esforços sobre o tema). Além disso, a escola no Brasil ainda é mais receptora que produtora de ações educativas sobre arqueologia, ficando dependente de profissionais externos cujas atuações pontuais que dificultam a implementação de projetos maiores e resultados duradouros (Lima, 2014).…”

“…Em artigo anterior , apresentamos a proposta de que a arqueologia brasileira busque na interação entre seus conhecimentos e as diretrizes escolares, principalmente a BNCC, temas geradores que estimulem os estudantes a desenvolverem habilidades. Nesta mesma linha Samia (2021) propõe o conceito de arqueologia pedagógica, que pretende, mais do que descrever o passado, explorar suas conexões com sociedades e lugares contemporâneos. E Demarchi (2021) traz o conceito de patrimônio gerador, que considera como patrimônio cultural aquele que parte de referências culturais preexistentes nos grupos sociais, dando protagonismo às comunidades para definir seus próprios patrimônios.…”

Rethinking Latin American Archaeology: "Affective Alliances" and Traditional Community-Engagement

“…The other assumption is considering that the homogeneity that characterises the precolonial archaeological record may be defined as an archaeological tradition, which according to Gordon Willey and Phillip Phillips (1958: 37) "is essentially a time continuity represented by persistent configurations in unique technologies or other systems in related ways". The perspective of "tradition" is still a common theoretical tool in Brazil to understand the distribution, in space and time, of materialities marked by certain technological choices (Samia 2021), which must be contrasted with historical information and community memories to understand modern societies.…”