A cidade de Fortaleza tem sua história e construção no tempo intimamente ligadas a processos de migração advindos do interior. Nesse contexto, esta pesquisa articula as noções de memória coletiva, cidade e identidade, buscando elucidar de que maneira a memória coletiva afeta o processo de construção de uma identidade vinculada à cidade de Fortaleza entre sujeitos de origem interiorana. Para tanto, tem na Teoria das Representações Sociais sua chave de compreensão do fenômeno estudado e lança mão das técnicas de entrevistas de história de vida em combinação com perguntas exploratórias tendo a interpretação de sentidos como guia para a análise do material coletado. Os resultados da pesquisa indicam a influência da memória coletiva sobre o estabelecimento de vínculos de identidade com Fortaleza entre os sujeitos de origem interiorana, atuando por meio dos grupos sociais que detém uma memória interiorana comum. A união desses grupos no espaço da cidade facilita a transmissão e manutenção dessa memória coletiva interiorana que proporciona uma maior identificação com o interior de origem em detrimento da construção de uma identidade vinculada a Fortaleza.