Este texto emerge da centralidade do lugar de fala das crianças do campo nas pesquisas, numa afirmação ético-política com implicações metodológicas nas aproximações dos territórios das infâncias do campo, historicamente invisibilizadas nas ciências, política, demografia e estatísticas. Utilizou-se a abordagem narrativa multimodal e transdisciplinar em contextos de conversação, brincadeira e criação de múltiplas representações do lugar. A partir das teorias críticas da cultura, da psicologia histórico-cultural e das pedagogias da infância, argumentamos que as narrativas das crianças do campo, enquanto atos de significação, organizam percepções, memórias e modos de falar e representar lugares e práticas sociais dos seus grupos culturais. São experiências de territorialidade fundantes dos modos de vida e da relação das crianças com espaços e tempos de convivência no campo.