A partir de uma pesquisa com crianças de classe popular da cidade do Rio de Janeiro, buscou-se discutir a relação entre infância, cuidado e emoções. Neste trabalho investigamos o fenômeno das crianças que cuidam de outras crianças, uma realidade muito presente na vida cotidiana de crianças especialmente localizadas em contextos do Sul do Globo. A metodologia utilizada teve enfoque etnográfico, sendo a observação-participante o seu carro-chefe. Os resultados encontrados apontam que as relações de cuidado são marcadas por ambivalência afetiva, disputa de poder e posição, negociações e conflitos. Discute-se que a figura do outro no grupo social estudado tem um papel central para as ações das crianças e que o cuidado e as emoções se produzem com e a partir do que as crianças partilham com o tecido social, institucional e discursivo de que fazem parte. Por fim, entende-se que o trabalho instiga o debate e reflexão sobre as experiências singulares de crianças no Sul Global.