“…Montreal corrobora essa percepção e mostra a relação da sensualidade com as roupas de praia e as festas culturais do Brasil, como o carnaval: "quando eu ia para o chão de fábrica, eles me olhavam com um brilho no olho, parecia que eu estava descendo de biquíni, entrando na Sapucaí". Os relatos evidenciam que ser brasileira prevalece como um fator negativo, com base sobretudo no estereótipo ligado à sexualidade e à sensualidade acentuada (Gomes, 2013;Gallon et al, 2019), diretamente relacionado com a prostituição, mesmo que ela esteja em uma posição de privilégio, "é mulher, é brasileira, é estrangeira", destaca Londres. Na visão das entrevistadas, esses marcadores carregados de estereótipos alimentam preconceitos e são utilizados como justificativas para assédio, ocasionando inúmeros prejuízos para expatriadas brasileiras, quer no contexto sociocultural quer na vida além-fronteiras.…”