Introdução: A presença de doenças bucais em idosos hospitalizados, como a candidíase, deve ser um alerta para diferentes condições sistêmicas. Objetivo: Avaliar a frequência de queilite angular em pacientes idosos hospitalizados, bem como o seu desenvolvimento e/ou progressão durante o período de internação e a sua associação com anemia e diabetes melito. Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional e descritivo, cuja amostra foi composta por 100 pacientes internados em enfermarias de um Hospital Universitário na cidade de Curitiba, no período de fevereiro a outubro de 2016. Para registrar a presença de queilite angular, os pacientes foram examinados, por um único observador calibrado, em dois momentos: inicial, com no máximo 24 horas de internamento, e final, compreendendo um período de 72 horas após a primeira avaliação. Dados como anemia e diabetes melito também foram coletados por meio do prontuário médico e exame hematológico (hemograma). A análise estatística ocorreu por intermédio do teste qui-quadrado e do modelo de regressão de Poisson univariada. Resultados: Entre os 100 pacientes avaliados (média da idade de 71,34 ± 8,33 anos), um total de 15 pacientes apresentou manifestação clínica compatível com queilite angular. Do total de pacientes que apresentaram a lesão, 13 eram do sexo feminino e dois do masculino. Não houve significância estatística entre as variáveis. Conclusão: A prevalência de queilite angular foi de 15%. Apesar da amostra reduzida de pacientes que manifestaram clinicamente a queilite angular, em comparação ao total de pacientes avaliados, é de extrema importância realizar a prevenção, controle e tratamento de condições sistêmicas, além de orientações aos pacientes e cuidadores, a fim de reduzir taxas de morbimortalidade relacionadas à má higiene bucal.