As fases de adaptação no cuidar: intervenções com cuidadores familiares no domicílio

Abstract

A partir do Projeto de Extensão “Um olhar sobre o cuidador familiar: quem cuida merece ser cuidado”, realizado com 52 cuidadores de pacientes crônicos dos Serviços de Atenção Domiciliar no sul do Rio Grande do Sul, objetivou-se relatar a experiência da identificação das fases de adaptação do processo de cuidar e intervenções realizadas aos cuidadores no contexto domiciliar. Por meio de quatro visitas domiciliares por acadêmicos de Enfermagem e da Terapia Ocupacional, no período de junho de 2015 a dezembro de 2016, produziu-se registros, nos quais a fase de resolução foi a mais frequente e a escuta terapêutica foi a intervenção mais realizada. Assim, a identificação das fases de adaptação de Ferré-Grau et al. (2011) possibilitou conhecer as necessidades do cuidador e o planejamento de ações de promoção de saúde e prevenção de agravos.

Você já cuidou de alguém: enquete junto à comunidade

“…Questões financeiras estão atreladas a esse sentimento de impotência e insegurança, pois, muitas vezes, é inviável que o cuidador tenha um emprego (OLIVEIRA et al, 2015). A privação de necessidades humanas básicas, como as citadas anteriormente, também faz com que o cuidador se isole sem perceber e, com isso, a sobrecarga torna-se maior (OLIVEIRA et al, 2018).…”

“…O interesse em investigações e trabalhos que abordam o tema do cuidador (FERNANDES, ANGELO, MARTINS, 2018;FERRÉ-GRAU et al, 2011;OLIVEIRA et al, 2016;OLIVEIRA et al, 2018;OLIVEIRA et al, 2018;NATIONAL ACADEMIES OF SCIENCES, ENGINEERING, AND MEDICINE, 2016;MACHADO, DAHDAH, KEBBE, 2018) vem crescendo nas últimas décadas e acompanha outros temas relacionados, como, por exemplo: cuidados paliativos, atenção domiciliar; implicações emergentes a partir do envelhecimento populacional, bem como as doenças e agravos não transmissíveis (DANT) -doenças multifatoriais, que possuem em comum fatores comportamentais de risco modificáveis e não modificáveis.…”

“…Estes riscos para a saúde da pessoa que assume o cuidado podem estar relacionados ao pouco tempo para adaptação daquele que assumirá o cuidado de uma pessoa doente na família, somado a falta de reconhecimento por parte do paciente e de outros familiares que não estão envolvidos no cuidado e, por vezes expressas também pelos profissionais de saúde que de algum modo apoiam tal cuidado no domicílio, provocam sobrecarga (OLIVEIRA et al, 2018). Desse modo, a escuta associada a outras intervenções, como jogos (FERNANDES, ANGELO, MARTINS, 2018), identificação de fases de adaptação e planejamento de intervenções (FERRÉ-GRAU et al, 2011;OLIVEIRA et al, 2018) podem atenuar a sobrecarga dessas pessoas que assumem o cuidado, por escolha, indicação ou obrigação (RIBEIRO et al, 2017).…”

Experiences of family members of children with cystic fibrosis under the light of Callista Roy

“…Family caregivers try to adapt to the new condition of life they will face, seeking strategies according to the complexity of each case. This process happens slowly, as it is not an easy task to perceive the child's new perspective on life (18) . Thus, the physiological domain concentrated most of the diagnoses related to the nurse's support, guidance, and collaborative diagnoses with the multidisciplinary team, especially when taking into account the stress and anxiety burden of caregivers, which inadvertently became self-neglect.…”

“…The nurse must pay special attention to pulmonary symptoms and needs to advise the patient or family member about the risk factors associated with respiratory infections, in order to avoid or reduce complications. Teaching about signs and symptoms of the disease regarding the respiratory and gastrointestinal tracts, as well as stimulating the need for adequate water and nutritional intake, are duties of the nurse (18) . Explaining any and all procedures is essential in order to reduce the caregiver's anxiety and surprises with regards to the new situation.…”