RESUMO: As condições de trabalho docente e as vivências dos professores da rede básica de ensino público foram impactadas a partir das reformas educacionais implantadas na década de 1990, com forte influência da política neoliberal. Como resultado dessa influência, houve a precarização da educação pública na educação básica. Repercussões deste cenário educativo, caracterizado por péssimas condições para realização do trabalho e desvalorização da carreira docente têm afetado a história de vida do professor e provocado adoecimentos nesta classe trabalhadora. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi de compreender os processos envolvidos no adoecimento de professores de escolas públicas da cidade de Montes Claros-MG, a partir de vivências e condições de trabalho. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, fundamentada no Interacionismo Simbólico, realizada por meio do método Grounded Theory, na perspectiva construcionista social. Foram entrevistados 12 professores da educação básica em escolas estaduais. Os dados, no processo de análise, produziram codificações que resultaram em sete categorias axiais, as quais buscam elucidar os pressupostos teóricos desta investigação. As discussões deste estudo apontaram que o adoecimento dos professores da educação básica envolve processos e causas multifatoriais, tais como: a precarização do trabalho docente; as manifestações subjetivas do mal-estar docente e os impasses na superação desse sentimento; o enfrentamento de conflitos com os alunos e familiares na escola; os descompassos na prática pedagógica do professor e as repercussões do trabalho na vida pessoal do professor. Assim, como resultados, todos esses processos apresentaram relação com o adoecimento físico e/ou mental dos professores participantes dessa pesquisa.