Eixo: Climatologia em diferentes níveis escalares: mudanças e variabilidades ResumoEsta pesquisa analisa a ocorrência das ondas de frio (OdF) anuais e mensais no município de Curitiba entre os anos de 1961 e 2016, utilizando-se do método de Vavrus et al. (2006), baseando-se em dados de temperatura média diária do ar observados. Foram encontradas 150 OdF em toda série histórica, com destaque para os meses de inverno, seguidos pelos meses das estações de transição. Observou-se ainda que as OdF estão passando por uma tendência de diminuição nos últimos anos. É possível afirmar que Curitiba possui limiares rigorosos para se classificar uma onda, demonstrando que o local passa por episódios de frio intenso. Através da interpolação da OdF mais intensa da série histórica em Curitiba, baseando-se também em estações vizinhas, verificou-se que a mesma conteve valores de temperatura distintos no território, com temperaturas mais baixas no sentido oeste e noroeste.Palavras chave: temperatura média; frio extremo; onda de frio; Região Sul.
IntroduçãoA Região Sul, de forma geral, apresenta os menores registros de temperaturas do ar quando comparada com outras regiões brasileiras, especialmente por estar entre latitudes mais altas. Conforme Nimer (1979), as incursões de ar frio na região sul do Brasil quando atuantes reduzem ainda mais as temperaturas, por vezes com valores próximos de 0°C e até negativos. Os fatores que possuem maior interação com os sistemas atmosféricos são: a continentalidade, o relevo, a altitude e a maritimidade, portanto, são muito influentes (MONTEIRO; MENDONÇA, 2014, p.5). Os anticiclones polares são os responsáveis por trazerem para a região sul do Brasil o ar frio e o tempo estável, ocorrendo nestes períodos a predominância do céu claro, o que acaba diminuindo ainda mais a temperatura devido a perda de radiação noturna. Neste período o desconforto térmico pode ser ressaltante com a presença de ventos (NIMER, 1979). Com relação à Região Sul e ao Paraná, de forma geral, no inverno é que se identificam as menores médias de temperatura do ar, devido aos fatores climáticos dinâmicos que atuam sobre a região neste período como a Frente Polar Atlântica (FPa) e a Massa Polar Atlântica (MPa) (VANHONI;MENDONÇA, 2008).