Aspectos Epidemiológicos Dos Acidentes Ofídicos No Município De Mossoró, Rio Grande Do Norte, No Período De 2004 a 2010

Abstract

O presente estudo promoveu o levantamento epidemiológico dos acidentes ofídicos ocorridos no município de Mossoró no período de 2004 a 2010, notificados pelo Sistema de Informações de Agravos e Notificação (SINAN). Os acidentes foram analisados nos seguintes aspectos: época do ano com maior acometimento, zona de ocorrência, faixa etária, sexo, local da agressão, tempo decorrido do acidente até o atendimento, sintomatologia apresentada, classificação e evolução dos casos e utilização de soroterapia. Dos 244 acidentes por animais peçonhentos notificados neste período, 58,6% correspondem a agressões por serpentes dos gêneros: Bothrops (44,8%), Crotalus (9,8%) e Micrurus (2,8%). O sexo masculino foi o mais acometido (65,7%), com predomínio da faixa etária de 20 a 49 anos (57,3%), sendo os membros inferiores a região anatômica mais afetada (39,9%). O tempo decorrido entre a picada e o atendimento foi menor que três horas (66,4%), sendo a maioria dos casos considerados leves (58,7%), os quais evoluíram para a cura (86,0%). Percebe-se tendência de aumento no registro de casos ao longo dos anos, porém muitas pessoas não procuram ajuda por não terem o conhecimento adequado, o que resulta em subnotificações. DESCRITORES: Serpentes; ofidismo; soroterapia.

Perfil clínico-epidemiológico dos acidentes ofídicos ocorridos na ilha de Colares, Pará, Amazônia oriental

“…Quanto à zona de ocorrência dos acidentes, verificou-se que a maioria ocorreu na zona rural, resultado já esperado devido às características socioeconômicas do município e aos fatores de risco associados ao meio agrícola, tal como encontrado em outros estudos que reforçam a relação entre acidentes ofídicos e campo MISE;CARVALHO, 2007;MORENO et al, 2005;SOUZA et al, 2013). No entanto, vale ressaltar que apesar da baixa frequência, os casos registrados em áreas urbanas requerem especial atenção, pois podem indicar a necessidade de infraestrutura básica e adequada para manutenção destes animais em sinantropização, como afirmam Lima, Campos e Ribeiro (2009).…”

“…As falhas quanto à administração de soro antiofídico identificadas no presente estudo, como a sua não administração, o emprego de terapia inespecífica e a sua administração em dose abaixo da recomendada pelo Ministério da Saúde (10 ampolas para acidentes laquéticos) (BRASIL, 2001), por exemplo, já foram relatadas em outras publicações em várias regiões do Brasil (MORENO et al, 2005;SOUZA et al, 2013) e só retratam claramente as fragilidades no sistema de atendimento ao paciente acidentado, prejudicando a qualidade do atendimento ou, no mínimo, caracterizam displicência da equipe de saúde quanto ao preenchimento da ficha.…”

“…Em relação à região anatômica acometida durante os acidentes ofídicos, os membros inferiores foram os mais atingidos, sendo o pé e a perna as áreas mais afetadas, resultado que sugere o uso de indumentária inadequada e corrobora com outros estudos (LIMA; CAMPOS; RIBEIRO, 2009;LIMA et al, 2009;MORENO et al, 2005;SARAIVA et al, 2012;SOUZA et al, 2013). Sabe-se que a ausência de utilização de equipamentos de proteção individual, tais como botas de cano longo, perneira, e demais vestimentas tornam os trabalhadores mais susceptíveis aos ataques nessas áreas (membros inferiores) (BOCHNER;STRUCHINER, 2003;CAMPOS;RIBEIRO, 2009;LIMA et al, 2009).…”

Acidentes ofídicos na região metropolitana de Belém, Pará, Brasil

“…Outro erro observado foi quanto à administração do soro antiofídico em um dos casos envolvendo serpentes não peçonhentas. O emprego inadequado da soroterapia também foi observado em outros estudos (GUIMARÃES; PALHA; SILVA, 2015;MORENO et al, 2005;SOUZA et al, 2013) e, como ressaltado por Guimarães, Palha e Silva (2015), retratam claramente as fragilidades no sistema de atendimento ao paciente acidentado, prejudicando a qualidade da terapia ou, no mínimo, caracterizam a falta de treinamento da equipe de saúde quanto ao preenchimento da ficha de notificação e do tratamento utilizado no paciente, também assinalado por Bernarde e Gomes (2012).…”

Epidemiologia Dos Acidentes Ofídicos Notificados Em Um Centro De Assistência Toxicológica De 2011 a 2015

“…A notificação dos acidentes ofídicos tornou-se obrigatória no Brasil por meio da implantação do Programa Nacional de Acidentes por Animais Peçonhentos, em 1986, a fim de aprimorar as medidas de atendimento e tratamento dos acidentados 16 13,15,17,19,21,[23][24][28][29]31 , entre as idades de 11 a 40 anos, faixa etária que engloba a população econômica e socialmente ativa. O maior número de casos relacionados aos homens pode deficiências no preenchimento, ficando clara a necessidade de treinamento de profissionais ligados ao setor de notificação, bem como a importância no preenchimento correto delas.…”