Resumo Os avanços na detecção precoce e no tratamento do câncer têm contribuído de forma efetiva com o aumento dos níveis de sobrevivência mundiais. Apesar desse progresso, os efeitos colaterais do tratamento anticancerígeno a longo prazo podem afetar consideravelmente a sobrevida e a qualidade de vida do paciente. A disfunção cardíaca relacionada à quimioterapia é um dos efeitos colaterais de curto prazo mais representativos, registrado em aproximadamente 10% dos pacientes. Para atender à crescente demanda por uma abordagem interdisciplinar especializada para a prevenção e o manejo de complicações cardiovasculares, a cardio-oncologia foi uma especialidade criada no final da década de 1990. Por meio dela, foi possível descobrir que a toxicidade cardiovascular causada pela quimioterapia e radioterapia se manifesta de muitas outras formas além da disfunção miocárdica, incluindo, por exemplo, hipertensão, arritmias e doença valvular e arterial coronariana. Desde então, o foco principal da cardiooncologista é facilitar a terapia eficaz do câncer, minimizando as sequelas cardiovasculares a partir de uma avaliação criteriosa dos riscos e benefícios das estratégias de tratamento utilizadas e oferecendo, com isso, segurança por meio de um monitoramento adequado.