Os estudos relacionados à Ecologia de Organismos Bentônicos dedicam-se aos organismos que habitam o sedimento e substratos de fundo, consolidados ou não, de ecossistemas aquáticos continentais, tais como rios, riachos de cabeceira, lagos e reservatórios. Este artigo apresenta uma síntese sobre a importante contribuição do Prof. Francisco de Assis Esteves, do Laboratório de Limnologia da UFRJ, à formação de pessoal e à produção científica na área de Ecologia de Organismos Bentônicos no Brasil. Avaliamos os curricula vitae dos ex-alunos do Prof. Esteves, e seus orientados. Foram analisadas as bases Lattes/CNPq e Scopus, realizando avaliações qualitativas e quantitativas, respectivamente. Avaliamos a formação de pessoal desde a criação do Laboratório de Limnologia na UFRJ no final dos anos 80 e a produção científica (livros, capítulos de livros, artigos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais), áreas de atuação, periódicos e programas de pós-graduação associados a ex-alunos do Prof. Esteves em que atualmente são realizados estudos sobre Ecologia de Organismos Bentônicos no Brasil. A contribuição científica desses estudos foi classificada em três grandes áreas: (i) Distribuição Espaço-temporal de Populações e Assembleias, e Estrutura de Comunidades Bentônicas; (ii) sua participação em Processos Ecológicos (p.ex.: Ciclagem de Nutrientes, Bioturbação e Decomposição de Matéria Orgânica, Interações Tróficas e Estequiometria Ecológica); e (iii) sua utilização como Bioindicadores de Qualidade de Água e em Índices Multimétricos de Integridade Ecológica. Identificamos as principais linhas de pesquisa desenvolvidas no período 1996-2021 e projetamos as perspectivas de novas abordagens para os próximos 20 anos, considerando o cenário político-ambiental no Brasil e na perspectiva de mudanças ambientais globais. A semente plantada no Laboratório de Limnologia da UFRJ pelo Prof. Esteves cresceu, frutificou e tem dispersado novas sementes para diferentes regiões do Brasil.