Compreender a relação sempre complexa entre os média, a sociedade e o crime exige a análise de várias abordagens que pairam entre estes domínios. Como influenciam os média o modo de pensar das pessoas sobre questões sociais como a criminalidade e a justiça? Qual o impacto da cobertura mediática do crime na forma como a sociedade reage a este? Será que os média têm um papel determinante na formação da opinião pública, será que a opinião pública influencia o que os média relatam, e/ou será que existem influências múltiplas e complexas dentro deste espectro? Quais os desafios impostos pelas diversas formas de média no âmbito da comunicação de massas relativamente ao crime e à violência? Estas e outras questões persistem entre os investigadores dos média que se dedicam a este campo de estudo. Contudo, pesquisas académicas não revelam respostas claras a estas questões. Apresentam, sim, interseções complexas entre si que podem mudar significativamente de acordo com questões geopolíticas, grupos sociais afetados e tipos de média envolvidos.Um vasto campo de literatura sobre as relações entre os média, o crime e a justiça tem revelado que os média desempenham um papel relevante e decisivo na perceção global do crime e da justiça (ver, por exemplo, Greer, 2013). De facto, as atuais conceções do crime estão diretamente associadas à forma como os média representam aspetos do sistema de justiça criminal, incluindo crimes violentos, atividade policial, investigações criminais, processos judiciais de grande visibilidade, vida prisional e outros. Os média noticiosos, as redes sociais, as representações fictícias do crime e da justiça, e o campo relativamente novo, mas efervescente, das representações do "crime real" (sob a forma