Atualmente existem no Brasil 257 espécies de aves, conhecidas classificadas como “ameaçadas de extinção”. Na tentativa de tentar solucionar esse problema, vários programas de criação e propagação de aves em cativeiro, como o do mutum de Alagoas (Pauxi mitu), a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), entre outros vem sendo realizados nas últimas décadas, com o intuito de restabelecer a manutenção da diversidade genética e restaurar populações selvagens dessas espécies ex situ para posteriormente devolvê-las a seu ambiente natural. No entanto, a reprodução em cativeiro, possui uma série de entraves inerentes à manejo de populações pequenas e fechadas de aves ameaçadas, incluindo lidar com instabilidade demográfica, física e deficiências comportamentais, incompatibilidade sexual, falta de sincronia e necessidade de manter a diversidade genética. Diante dessa situação, a biotecnia da inseminação artificial (IA) tem o potencial de contribuir para ajudar a solucionar parte desses problemas. Neste contexto, esta revisão tem o objetivo de apresentar e discutir o uso da IA em aves não-domésticas, para auxiliar na conservação de espécies ameaçadas e divulgar esta biotecnia entre criadores, técnicos e profissionais que atuam com reprodução de aves.