O abuso sexual infantil é uma questão complexa, caracterizada por altos índices de incidência e capaz de provocar alterações cognitivas, emocionais e comportamentais na criança. Estas alterações incluem baixa autoestima, ansiedade social, depressão, além de sentimentos de culpa e vergonha, podendo evoluir para diversos transtornos psicopatológicos. Assim, o propósito deste estudo foi compreender a relação entre o abuso sexual infantil e o desenvolvimento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), por meio de uma pesquisa bibliográfica integrativa da literatura. Foram analisados artigos nos idiomas inglês, português e espanhol, publicados no período de 2012 a 2021, localizados nas plataformas Scielo e Lilacs. Constatou-se que o abuso sexual infantil está associado a distorções cognitivas sobre si, os outros e o futuro, construídas a partir de experiências traumáticas. A violência em suas diversas expressões pode desencadear o TEPT, impactando na personalidade e no desenvolvimento infantil. As crianças que sofreram abuso sexual podem manifestar reações imediatas, como horror, intenso medo e/ou sensação de impotência, além de apresentar comportamento agitado ou desorganizado. Durante o sono, essas crianças podem ter sonhos nos quais não conseguem identificar claramente o conteúdo, e os flashbacks podem ser substituídos pela reencenação do evento traumático, expressos por meio de brincadeiras com temas recorrentes. Conclui-se que há relação entre o abuso sexual e o TEPT, e assim é vital ressaltar a importância do suporte profissional personalizado, e a implementação de políticas públicas efetivas de combate ao abuso sexual infantil.