Neste artigo, analisamos os desafios no cuidado em saúde vividos por mulheres lésbicas e bissexuais ao acessarem os serviços de saúde brasileiros. A partir de uma revisão integrativa, foram selecionados artigos publicados no período de 2011 a 2021 nas bases de dados MEDLINE, LILACS, SciELO e BDENF. Empregando-se os descritores “minorias sexuais e de gênero”, “lésbicas” e “bissexuais”, um total de 10 artigos atenderam aos critérios de seleção. Foram evidenciadas as concepções errôneas de práticas afetivas e sexuais e a ausência de qualificação profissional como principais desafios. Tais problemas repercutem em patologização da homossexualidade e da bissexualidade, além de discriminação lesbo-bifóbica nos serviços de saúde que se traduzem em práticas corretivas e na ausência de acolhimento. Questões estas que favorecem a vulnerabilidade nas práticas de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e do câncer cérvico uterino, além da não procura pelos serviços de saúde quando necessário. Evidencia-se, assim, que, mesmo após uma década de existência da Política Nacional de Saúde Integral LGBT no Brasil, esta ainda não foi completamente incorporada nos processos de trabalho em saúde, não promovendo a garantia do acesso universal, integral e equânime ao Sistema Único de Saúde pela população brasileira LGBT.