O objetivo do trabalho foi investigar as implicações de um tratamento odontológico (odontoplastia) em equinos adultos sobre os parâmetros digestivos, metabólicos e comportamentais. Foram utilizados oito cavalos, machos, castrados, da raça Puro Sangue Árabe, nunca submetidos a tratamento odontológico. A proporção (%/%) concentrado/volumoso foi de 37,5/62,5. Para a avaliação dos parâmetros fecais, sanguíneos e de digestibilidade, os cavalos foram divididos em D0 (grupo controle; sem odontoplastia), D20 (20 dias após a odontoplastia) e D40 (40 dias após a odontoplastia). Para o comportamento alimentar, os animais foram divididos em grupo controle (sem odontoplastia), T1 (imediatamente após à odontoplastia) e T2 (20 dias após a odontoplastia). Foram realizados três períodos experimentais (15 dias para adaptação à dieta e 5 dias para coleta de sangue e coleta total de fezes). Foi utilizado o delineamento inteiramente ao acaso e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey com P<0,05. A odontoplastia removeu ganchos, ondas, cristas transversas e degraus com a redução de pontas excessivas de esmalte e ajuste da oclusão. O animais submetidos à odontoplastia apresentaram maior consumo de água (em L/dia) em T1 e T2, menor coeficiente de digestibilidade aparente (%) da fibra em detergente ácido em D20 e D40, menor concentração fecal (mmol) de lactato (D20 e D40) e maior de propionato (D0 e D20). Os resultados sugerem que a odontoplastia, apesar de reduzir o coeficiente de digestibilidade aparente da fibra em detergente ácido, melhorou as condições fermentativas no intestino grosso sem alterar o pH e causar distúrbios gastrintestinais.