O objetivo deste trabalho foi evidenciar, por meio de uma revisão da literatura, a associação entre o estresse ocupacional com a disfunção temporomandibular em militares. Nos dias de hoje, é notório a elevada competitividade profissional no mercado de trabalho, principalmente no meio militar, o qual é marcado por princípios rigorosos de hierarquia e disciplina, rotinas extenuantes, treinamentos e até mesmo a possibilidade de envolvimento em atividades com risco de morte. Dessa maneira, o militarismo é considerado como uma ocupação estressante, o que pode tornar estes indivíduos mais suscetíveis a distúrbios psíquicos e problemas fisiológicos danosos. O efeito do estresse na função do sistema estomatognático evolui por meio de inter-relações complexas que levam à liberação de mediadores químicos, os quais podem causar o aumento da tonicidade muscular e, secundariamente, induzir alterações nas articulações temporomandibulares, contribuindo assim para o desenvolvimento da disfunção temporomandibular. Além disso, o estresse pode dessensibilizar estruturas envolvidas na regulação do sistema nervoso central, contribuindo para alterações na percepção de dor dos indivíduos. Portanto, as evidências disponíveis na literatura científica apontam que profissionais da área militar apresentam altos índices tanto de estresse como de disfunção temporomandibular, sugerindo uma associação positiva entre as duas patologias, no entanto, ainda são necessários mais estudos para definir o exato papel causal do estresse no curso e etiologia da disfunção.