Atendimento pré-hospitalar às tentativas de suicídio: um estudo transversal

Abstract

RESUMO Objetivo: Caracterizar o atendimento pré-hospitalar às vítimas de tentativa de suicídio. Métodos: Estudo transversal com dados de atendimento pré-hospitalar realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), em Teresina, Piauí, no período de julho/2015 a dezembro/2018. Foram realizadas análise descritiva com o teste Qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher e análise da densidade das tentativas de suicídio pela estimativa de Kernel. Resultados: Os atendimentos às tentativas de suicídio predominaram em mulheres (60,9%), adultos de 20 a 29 anos (28,4%), residentes na Região Centro/Norte (35,9%), aos domingos (16,5%) e nos turnos da tarde (32,9%) e noite (34,9%). Foram relatados reincidências de tentativas (9,2%), histórico de atendimento psiquiátrico (14,1%), uso abusivo de álcool (17,5%) e outras drogas (4,6%). O atendimento em ambulâncias de suporte avançado e maior mortalidade antes do socorro foram mais frequentes em vítimas do sexo masculino (40,8% e 5,8%, respectivamente). A Zona Centro/Norte da cidade concentrou as ocorrências para ambos os sexos. Conclusões: Os atendimentos pré-hospitalares às tentativas de suicídio em Teresina demonstraram grande demanda por vítimas do sexo feminino e jovens e maior densidade de ocorrência na Zona Centro/Norte da cidade. O uso de bebida alcoólica, os meios de autolesão mais letais e a mortalidade foram associados ao sexo masculino. Faz-se necessário divulgar essas informações, capacitar os profissionais sobre a prevenção e abordagem às tentativas de suicídio, além de promover políticas públicas capazes de reduzir as tentativas de suicídio.

Suicídio no Brasil e o seu grave acometimento à saúde pública, de 2010 a 2019.

“…Portanto, recomendam-se a capacitação dos profissionais de Saúde por meio de educação permanente e o acionamento da Fundação Municipal de Saúde à Rede de Atenção à Saúde (RAS), principalmente a Estratégia Saúde da Família e o CAPS, para busca ativa e acompanhamento de saúde mental dos casos de tentativa de suicídio. 16 A abordagem do risco do comportamento suicida e sua prevenção é de responsabilidade de todos os profissionais de saúde. Contudo, a Atenção Primária à Saúde (APS) ocupa espaço privilegiado no cuidado e na articulação da rede de suporte da pessoa em risco.…”

Análise do perfil epidemiológico dos casos de suicídio em um município do Meio Oeste catarinense

“…Sendo assim, essa pesquisa confirmou que maior parte das vítimas eram solteiras, com um percentual de 33% dos suicidas. Contudo, fortalecer os laços familiares e as interações sociais e profissionais podem criar uma maior rede de apoio, tendo por intuito reduzir o número de casos de suicídio entre as pessoas solteiras (Moura et al, 2022).…”

“…A grande maioria dos casos de suicidas não receberam assistência médica, sendo encontrados já em óbito. Diante disto, Moura et al (2022), expõem que, o déficit na prevenção e intervenção do suicídio pode acontecer devido à ausência ou a escassez de capacitação profissional sobre a assistência adequada as pessoas com ideação suicida.…”

“…Neste contexto, também são imprescindíveis a realização de qualificações constantes para os profissionais de saúde que atuam diretamente com a saúde física e mental das vítimas, com intenção de melhorar esse atendimento, de forma a ajudá-los a identificar pessoas em risco e prevenir o ato suicida (Moura et al, 2022).…”

“…Mesmo considerando a existência de outros fatores que podem contribuir para o aumento da ocorrência dos casos é importante salientar que a adoção de práticas que visam aumentar as ações de intervenção e prevenção do suicídio, além da qualificação e educação continuada dos profissionais de saúde tendem a desenvolver a sensibilidade voltada para a identificação dos casos com possíveis comportamentos suicidas (Maheirie, 2022;Moura et al, 2022).…”