Objetivo: analisar os fatores associados à ocorrência de violência física grave em crianças e adolescentes com transtornos mentais. Método: estudo transversal com 274 pacientes atendidos em uma unidade de atenção psicossocial de Nova Iguaçu, entre outubro e dezembro de 2016. Além de dados sociodemográficos e clínicos dos cuidadores e crianças, a violência familiar foi apreendida pelo “Parent-Child Conflict Tactics Scales”. Resultados: o tempo de atendimento na unidade de saúde combinada com a jornada semanal de cuidado pelo cuidador resultaram em altas chances de ocorrência de violência física grave (OR 5,0; p-valor 0,002). Por outro lado, a participação em programas de transferência de renda (OR 0,5; p-valor 0,015) demonstrou proteção das crianças e adolescentes às violências. Conclusão: as características sociodemográficas e clínicas parecem estar relacionadas à ocorrência de maus-tratos físicos. Para prevenir episódios, principalmente devido à sobrecarga dos cuidadores, parece imprescindível que as famílias sejam inseridas no cotidiano do cuidado mental.