à luz em 1936, publicado na "Revista do Arquivo Municipal" de São Paulo, quase 70 anos após a morte do seu autor. A versão editada e publicada pela revista não traz indicação alguma sobre a(s) fonte(s) dos dados registrados nesse Vocabulário Elementar. Entretanto, o seu título, o seu conteúdo linguístico e a biografia de seu autor sugerem uma relação com a Língua Geral Paulista, língua originada no idioma dos índios tupi de São Vicente e alto do rio Tietê; falada, inicialmente, na região de São Vicente e do planalto paulista e levada pela ação das bandeiras paulistas para os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e norte do atual estado do Paraná. O objetivo desta pesquisa foi determinar a provável origem dos dados apresentados no Vocabulário Elementar da Língua Geral Brasílica para determinar se, no todo ou em parte, ele pode ser considerado uma fonte (rara) da Língua Geral Paulista. Para tanto, os dados contidos nesse vocabulário foram analisados e confrontados com outros documentos de registros das línguas gerais que se desenvolveram no atual território brasileiro, com especial atenção aos raros registros da Língua Geral Paulista. Dada a escassez de documentação sobre essa língua, para a análise comparativa dos dados, foram utilizados critérios fonológicos e morfológicos. A insuficiência de documentação não permitiu a utilização de critérios gramaticais. Através da análise linguística dos dados, constatou-se que o Vocabulário Elementar da Língua Geral Brasílica de Joaquim José Machado de Oliveira constitui em parte uma rara e significativa fonte para o conhecimento da Língua Geral Paulista falada no início do século XIX. Embora, o seu autor, Machado de Oliveira, tenha reunido em um só documento dados de fontes e de línguas distintas, o valor histórico e, principalmente, linguístico desse vocabulário não pode ser minimizado, em razão da escassez de documentação dessa língua e, sobretudo, da variedade falada no século XIX e do processo que levou à sua substituição pelo português.