Atuação do sanitarista em equipes multiprofissionais na atenção primária a saúde

Abstract

Trata-se de um estudo exploratório e qualitativo, realizado no estado de Pernambuco, no período de agosto a novembro de 2019, com objetivo de analisar a atuação do sanitarista em equipes multiprofissionais na atenção primária, identificando suas práticas, desafios e potencialidades. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas e audiogravadas, com nove profissionais graduados em saúde coletiva e vinculados a quatro programas de residências multiprofissionais em saúde da família. As entrevistas foram submetidas à análise de conteúdo do tipo temática. Emergiram três categorias temáticas: Práticas dos Sanitaristas no NASF-AB; Dificuldades no processo de trabalho do sanitarista no NASF-AB; e Potencialidades da atuação do sanitarista no NASF-AB. Os sanitaristas têm desenvolvido um elenco de atividades que contemplam todas as dimensões do apoio matricial, com predomínio das dimensões técnico-pedagógica e apoio institucional. Um dos principais desafios é a falta de conhecimento sobre a atuação do sanitarista por parte dos demais profissionais, gestores e usuários, que são limitantes da autonomia na implementação de suas ações. Sua presença nas equipes tem contribuído para a organização do processo de trabalho e no fortalecimento do monitoramento, avaliação e articulação de redes.

A Busca Por Um Fazer Costurado De Possibilidades E Desafios: A Atuação Do Sanitarista Na Atenção Primária À Saúde Do Campo

“…A experiência de vivenciar de perto APS do campo é vislumbrada por diversos profissionais enquanto algo desafiante para a saúde pública, principalmente por se deparar com uma estrutura física e territorial complexa, dificuldades no acesso aos direitos sociais e a diversos fatores que atravessam o trabalho efetivo na saúde do campo 5 . O trabalho e atuação multiprofissional da equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (eNASF-Ab) neste cenário, vem apontando diversas limitações e potencialidades no que concerne às dimensões: Clínico-assistencial e técnico pedagógica, alguns autores apontam para uma terceira dimensão, a de apoio institucional, Sendo o sanitarista, profissional chave para efetivação desta 9 .…”

“…A partir de dimensões basilares do processo de trabalho das equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (eNASF-Ab) Silva, Sousa 9 , enfatizam o apoio institucional, enquanto uma possibilidade de equipes compostas pelo profissional sanitarista, sendo esse profissional constituído de ferramentas e técnicas que subsidiam essa possibilidade. A segunda frente de trabalho, intitulada "Articulação de redes intersetorial e intrasetorial", se caracterizou na tessitura de articulações que são necessárias para minimizar ou resolver problemas sociais e de saúde encontrados pela equipe, segundo as atribuições e o arcabouço técnico e estratégico do profissional sanitarista nos territórios adscritos 9 .…”

“…Alguns autores apresentam o bacharel em Saúde Coletiva enquanto um agente articulador de processos em torno da saúde, apoiando e conduzindo dentro das redes de saúde estratégias a partir de um olhar inspirado nas três principais áreas do campo da Saúde Coletiva, que vão desde as Políticas, planejamento e gestão, à Epidemiologia e as Ciências sociais na saúde, buscando articular de modo transversal e dialógico, estes saberes no dia-a-dia do seu processo de trabalho, junto aos territórios, usuários e comunidades 9 . Colaborando a nível territorial com o fortalecimento do controle social na saúde, que especialmente nos últimos anos, vem sendo desafiado pelas políticas de austeridade fiscal na saúde, agravamento de iniquidades sociais e retrocessos no âmbito das política de saúde 15 .Vale enfatizar outros espaços de articulação construídos junto a Assistente Social que compunha a equipe, sendo eles o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e demais articulações com a profissional do Apoio Institucional de área da SMS, neste caso o Território de Gestão Sustentável Rural 3 (TGS 03).…”

“…O Sanitarista enquanto micro apoiador de equipe: a reorganização do trabalho multiprofissional na Atenção Primária à Saúde Silva, Sousa 9 , apontam dentre as possibilidades do processo de trabalho da equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (eNASF-Ab) uma intencionalidade através do fazer do profissional sanitarista, carregada de algumas limitações do modelo médico-hegemônico, e estranhamentos ao se depararem com esse profissional nas equipes de Saúde da Família (eSF). Logo uma das dimensões mais "confortáveis" é a dimensão institucional, por se aproximar por vezes de constituições operacionais, dinâmicas grupais e de aspectos de liderança 9 .…”

Popular Health Education: An Academic Experience Report in the Waiting Room

“…A Estratégia de Saúde da Família (ESF), modelo preferencial de organização da Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil, por meio das ações das equipes de saúde da família, é capaz de promover o cuidado amplo e integral dos usuários (BRASIL, 2020), levando em consideração o processo de saúde-doença de forma singular, articulado ao contexto familiar, ao meio ambiente e à sociedade na qual se insere. A ESF pode desempenhar ações que visem a conscientização acerca do processo de saúde-doença ao trabalhar com a perspectiva de educação em saúde (SILVA et al, 2023).…”