RESUMO Objetivo Analisar o impacto da voz na qualidade de vida de pessoas transgênero (ou trans) e relacionar com a autopercepção vocal e a identidade de gênero. Métodos Foram incluídos 27 indivíduos com idades entre 18 e 49 anos, usuários e usuárias do Ambulatório Trans de Sergipe: – “Portas abertas - Saúde integral das pessoas trans: cuidar e acolher”, da Universidade Federal de Sergipe. Após anamnese, foram aplicados os instrumentos de Qualidade de Vida em Voz (QVV), o Transgender Voice Questionnaire (TVQMtF) e o Índice de Triagem para Distúrbio de Voz (ITDV). Foi observado maior número de homens trans (63,0%), em relação ao de mulheres trans (37,0%). A média de idade foi de 26,7 anos (±9,1) e 96,3% dos sujeitos possuíam uma queixa específica de voz. Resultados O QVV apresentou um valor médio de 26,1 pontos para o escore total, o ITDV de 3,9 e o TVQMtF de 70,6, não havendo relação significativa entre os resultados e a identidade de gênero e a idade. Foi observada relação significativa entre o QVV e o TVQMtF. Conclusão Observou-se uma baixa qualidade de vida em voz nas pessoas trans. Desta forma, quanto maior a percepção de suas alterações vocais, pior a sua qualidade de vida, independente do gênero com o qual se identificam (feminino ou masculino) e de possíveis distúrbios vocais.