Autonomia percebida pelo enfermeiro obstetra na sala de parto

Abstract

Objetivo: Compreender a autonomia da Enfermeira Obstetra assistência ao parto normal em uma maternidade pública. Métodos: Pesquisa qualitativa, descritivo e exploratório, na qual participaram sete enfermeiras obstetras, que atuavam em sala de parto no centro obstétrico da referida maternidade. A coleta de dados aconteceu através da entrevista semiestruturada, seguida da transcrição e análise de Conteúdo de Bardin. Resultados: Evidenciou-se que as enfermeiras passaram a assumir integralmente o parto normal, como identidade legitima do exercício profissional, resgatando seu papel e autonomia na assistência ao parto com o incentivo das políticas de saúde. Pela implementação do prontuário eletrônico da parturiente (admissão até a alta), conquistaram o direito de assinar Autorização de Internamento Hospitalar (AIH), adoção e institucionalização do partograma, redução de práticas intervencionistas desnecessárias e adoção de boas práticas em sala de parto. Conclusão: Evidenciou-se a autonomia da enfermeira no contexto da equipe multiprofissional na sala de parto, percebendo-se como agente transformador no cuidado humanizado, sendo de fundamental importância na mudança de paradigmas e qualificação da assistência em obstetrícia, sendo primordial sua presença frente aos serviços de saúde com maior enfoque nos Centros de Parto Humanizado.

Percepção do Enfermeiro Obstetra em relação à sua autonomia profissional em dois diferentes modelos de assistência ao parto e nascimento do Distrito Federal

“…Mesmo sendo um dos fatores que limitam a autonomia do EO, os protocolos e normas institucionais deram a esse profissional mais liberdade, como avaliar a mulher em trabalho de parto e tomar condutas sem a necessidade da presença do médico. O conhecimento científico também é visto como um importante fortalecedor da percepção da autonomia, pois ele garante uma assistência com mais segurança e qualidade 6 . "(...)Acredito que protocolos atualizados, processos de trabalho tais como normas e rotinas bem estabelecidas, associados a experiência profissional e conhecimento científico, proporciona autonomia e segurança na tomada de decisões. "…”

“…Autonomia é poder escolher as condutas necessárias para cada situação, liberdade para tomar decisões, ter participação ativa dentro de sua competência e conhecimento científico. As atitudes estabelecidas devem ser respaldadas, com conhecimento baseado em evidências, sempre visando cuidado holístico e buscando assistência ao parto e nascimento seguros 6,7,8 .…”

Competências Do Enfermeiro Especialista De Saúde Materna E Obstétrica Na Gravidez: Reflexão

“…A Enfermagem obstétrica possui uma lógica de atuação diferente da Enfermagem em geral por se apresentar como uma área autónoma, assim sendo, os cuidados prestados por estes profissionais têm como base a liberdade para a tomada de decisões, com o obejtivo de uma assistência mais completa e humanizada, além de causar maior satisfação profissional. A autonomia desta profissão pressupõe também um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos, conhecimento do ambiente e capacidade para fazer escolhas, agir, e tomar decisões (ALMEIDA, et al, 2020).…”

Avaliação dos marcadores de risco habitual do protocolo de assistência de Enfermagem Obstétrica da SES/DF em um hospital público do Distrito Federal

“…A presença do enfermeiro atuando na assistência ao parto é imprescindível para a mudança de padrões e qualidade da assistência em Obstetrícia. Com o encorajamento da participação de enfermeiros obstétricos durante o parto, obser-va-se o fortalecimento da autonomia embasado no respaldo legal para avaliar, conduzir e definir condutas necessárias ao parto de baixo risco 13 . A formação específica com reconhecimento de evidências científicas expande a qualificação da assistência prestada 14 .…”