É notório o aumento da obesidade no mundo e do estigma sofrido pelos indivíduos com excesso de gordura corporal em diversos ambientes. As academias de ginástica acabam reforçando-o e podem influenciar em aspectos psicossociais e na adesão do acompanhamento nutricional. Este estudo teve como objetivo relacionar as consequências do estigma da gordura corporal nas academias com a adesão do acompanhamento nutricional. Tratou-se de um estudo transversal e descritivo. A amostra foi composta por 56 indivíduos (18 a 59 anos), de ambos os sexos, com IMC entre 18,5 e 40 kg/m², que frequentam ou já frequentaram academias. Foi aplicado um questionário dividido em três temas: dados sociodemográficos, estigma na academia e nutrição nas academias. Os dados foram tabulados no programa MS Excel e analisados estatisticamente pelo software SPSS (versão 21), comparando as variáveis por meio do qui-quadrado e tendo como relação estatística p<0,05. A pesquisa teve como resultado uma relação sutil entre o estigma da gordura corporal e a adesão do acompanhamento nutricional. Apesar das consequências para a adesão não ficarem evidentes neste estudo, verificou-se que os indivíduos com excesso de peso sofrem o estigma por meio de comentários negativos sobre seus corpos, sentem-se encarados na academia ou envergonhados pelo seu peso; têm dificuldade de adquirir roupas, percebem preconceito vindo de funcionários da academia e nutricionistas; e sentem que os equipamentos não são adequados para seus corpos. Assim, é imprescindível um acompanhamento multiprofissional para lidar com o tema e são necessários mais estudos que investiguem sobre o estigma da gordura corporal nas academias.