Avaliação auditiva central com BERA e P300 na Doença de Parkinson

Abstract

Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é um dos distúrbios do movimento mais encontrados na população idosa. Cursa com perda progressiva e irreversível de células da substância negra (locus niger) do mesencéfalo, o que resultará numa diminuição da produção de dopamina, levando à sintomatologia da DP. Objetivo: Averiguar a relevância de testes eletrofisiológicos, capazes de monitorar a integridade funcional das vias cerebrais, no diagnóstico e/ou prognóstico de pacientes com DP, uma vez que tais testes não-invasivos são de fácil aplicabilidade, rápidos e facilmente compreendidos por quem participa de sua aplicação. Forma de estudo: Prospectivo clínico randomizado. Material e Método: Grupo de 32 pacientes com diagnóstico prévio de DP, submetidos aos testes de potencial evocado BERA e P300. Pacientes de ambos os sexos, entre 44 e 85 anos, com tempo de doença variando de 8 meses a 21 anos de evolução. Resultados: os valores do BERA e do P300 encontrados em pacientes com DP não se mostraram diferentes dos limites de normalidade para a idade. Conclusão: Observou-se integridade das vias auditivas em pacientes portadores de DP. Uma vez que a latência do P300 aumenta de forma linear com a idade, a partir dos 45 anos, aceitando-se um aumento de 1 a 1,5ms por ano 1 ; observou-se integridade nas vias cerebrais que refletem a habilidade de performance cognitiva em pacientes portadores de DP sem comprometimento demencial exuberante.

P300 em sujeitos com perda auditiva

“…The cortical AEP associated to the behavioral evaluations may be used to evaluate the central auditory system (Ibañez et al, 2000;Schochat et al, 2002;Pineroli et al, 2002;Marchiori, 2002;Balieiro, 2002;Santos & Spinelli, 2003;Fjell & Walhovd, 2003;Kozlowski et al, 2004;Faria et al, 2004). This association of electrophysiological measures and behavioral evaluation produces a preview of the time, potential and location of the auditory processes in the cerebral cortex in relation to the hearing perception (Musiek, 1989;Franco, 2001;Oates et al, 2002;Schochat, 2003;Duarte et al, 2004;Jorge et al, 2004).…”

“…This enables that the P300 to be used in one of its most stable conditions, the intra-subjects measures. Studies in this area have been developed with children under a rehabilitation process, aiming at identifying the decrease of the P300 latency after an auditory training of subjects with auditory processing disorders (Kozlowski et al, 2004), of subjects with emotional disorders (Ibañez et al, 2000), children with ADHD -Attention Deficit Hyperactivity Disorder - (Schochat et al, 2002), with degenerative diseases such as Parkinson's disease (Pineroli et al, 2002), and children with learning difficulties (Farias et al, 2004).…”

Potencial evocado auditivo de longa latência-P300 em indivíduos normais: valor do registro simultâneo em Fz e Cz

“…This potential can be altered when there are deficits in the selective attention and alert mechanisms, state of conscience, and psychological conditions that impair attention [4][5] . In clinical practice, these potentials are recorded using electrodes which are positioned on the skull surface, according with the International System 10-20 (SI [10][11][12][13][14][15][16][17][18][19][20] 18 . We must also take into account the age and gender of the individuals when analyzing the P300-Long Latency Auditory Evoked Potential.…”

Caracterização da normalidade do P300 em adultos jovens

“…Isto explicaria os trabalhos relacionando os vários locais de origem do P300: hipocampo, formação reticular mesencefálica, tálamo medial, córtex pré-frontal e área de associação parieto-temporal (2,18) , representando uma forma de acesso à memória, na qual a ativação de um dado processador estaria na dependência da memória adquirida (6,16) . O estudo do P300 torna-se útil no diagnóstico de disfunções mentais, nomeadamente demência (9) , doença de Alzheimer (19) , doença de Parkinson (20) , no estudo de desordens clínicas com consequências a nível cognitivo como o alcoolismo; a esquizofrenia; o autismo; a esclerose múltipla (21) e a desordem de processamento auditivo (3) , além de alterações de aprendizagem (22) . Dentre os autores que pesquisaram o P300, três se destacam por fornecerem valores de latência e amplitude padronizados.…”