Dez novilhas mestiças, distribuídas em dois grupos experimentais (n=5) receberam na altura média da face cranial do membro anterior direito, entre as articulações umerorradioulnar e do carpo, por via intramuscular superficial, 0,15mg/kg de veneno de Bothrops alternatus bruto ou iodado. Todos os animais foram avaliados clinicamente antes - tempo zero - e às 6 e 10h, no 2º, 3º, 4º, 5º, 8º, 11º, 18º e 25º dias após a inoculação dos venenos. Dois animais do grupo que recebeu veneno bruto foram a óbito às 53h e 78h e os sobreviventes apresentaram apatia, letargia, anorexia, postura indicativa de dor, melena, petéquias e sufusões nas mucosas, aumento do tempo de preenchimento capilar, enfartamento ganglionar regional, aumento das freqüências respiratória e cardíaca, redução da freqüência de pulsação arterial periférica, elevação da temperatura retal e diminuição da movimentação ruminal. No local da inoculação do veneno bruto houve sangramento e ulceração dérmica, além de aumento significativo na circunferência e dobra da pele do membro inoculado, revelando formação de edema. Todos os animais também foram avaliados imunologicamente no 17º, 24º, 31º, 45º, 60º e 180º dia. Somente os que receberam veneno bruto produziram anticorpos, detectados até o 45º dia. Os que receberam veneno botrópico iodado apresentaram alterações gerais e locais de menor intensidade, porém sem produção de IgG nos tempos pesquisados, demonstrando que a iodação alterou a composição bioquímica do veneno, diminuindo sua toxicidade e imunogenicidade.