A Doença Inflamatória Intestinal (DII) é uma doença crônica do trato gastrointestinal caracterizada pela manifestação clínica de diarreias, vômitos, perda de apetite e perda de peso progressiva. A doença acomete principalmente cães e gatos de meia idade, sem eleição por gênero. Apesar de possuir uma etiologia pouco elucidada, a maioria dos trabalhos a apresenta como uma doença multifatorial, envolvendo uma resposta imunológica inflamatória exagerada contra bactérias presentes na microbiota intestinal ou antígenos componentes de dietas, a qual o organismo do animal não está adaptado. Algumas raças como Pastor Alemão, West Highland White Terrier, Labrador, Basenji, Shar Pei e Poodle possuem uma predisposição genética à DII, mas sem muito esclarecimento. O diagnóstico definitivo é estabelecido através da identificação dos sinais crônicos gastrointestinais e da análise, tanto de achados em exames de imagem, como na coleta de material para histopatologia. Alguns dos diagnósticos diferenciais de DII incluem giardíase crônica, linfoma, hipersensibilidade alimentar, infecção por Escherichia coli e insuficiência pancreática exócrina, que são descartados realizando exames complementares. O tratamento para DII envolve, normalmente, alterações no manejo alimentar e uso de medicamentos como antibióticos e fármacos imunossupressores. O uso de antibióticos justifica-se pelo fato de que antígenos bacterianos podem estar implicados na etiologia da DII, mas também porque frequentemente ocorre desenvolvimento bacteriano secundário. Alguns autores defendem que se deve utilizar a terapêutica dietética exclusiva, tendo em vista que, em certos pacientes, somente o manejo alimentar pode levar à parcial ou completa remissão dos sintomas. Não existem estudos sobre a prevenção da DII, por ser de etiologia genética, mas para o animal que já possui a doença existem protocolos a serem seguidos, como, o uso de rações hipoalergênicas, a administração de prebióticos, probióticos e simbióticos.