Nos ecossistemas de florestas alagáveis, a abundância de açaí (Euterpe oleraceae Mart.), superalimento mundialmente consumido, demandou a expansão das áreas produtivas, colocando em risco a existência de espécies nativas do bioma. Como alternativa, tem-se o manejo de mínimo impacto que consiste na retirada planejada das árvores mais abundantes, sem prejudicar a diversidade de espécies. A realização de pesquisas sobre o tema é indispensável para a comprovação da viabilidade ambiental da técnica. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do manejo de mínimo impacto voltado para a produção de açaí em ecossistemas de floresta alagável na Amazônia. Para isso, a área de 4 ha foi dividida em 16 subparcelas (25 m x 25 m), onde após inventário 100% (DAP ≥ 10 cm), suprimiu-se os indivíduos de menor circunferência e anelou-se aqueles com DAP até 40 cm. Os resultados demonstraram que o manejo não implicou na alteração da ordem de importância das espécies e do padrão de distribuição diamétrica. SomenteParkia ulei, Pouteriasp. e Unonopsis guatterioides tiveram o grau de conservação de suas populações alterados de abundante (A) para comum (C), após a intervenção silvicultural. Os índices de equabilidade de Pielou e dominância de Simpson mantiveram-se semelhantes após o manejo. Não houve diferença estatística significativa de remoção de biomassa. Sendo assim, este estudo demonstrou que o manejo de mínimo impacto voltado para a produção de açaí na Amazônia não ocasiona alterações em termos de diversidade de espécies, desde que seja realizado seguindo adequadamente a metodologia correta.