Os mecanismos de respostas ao estresse presentes em Escherichia coli são bem conhecidos, entretanto, pouco se sabe sobre a possível adaptação homóloga e heteróloga desse microrganismo aos óleos essenciais e seus componentes majoritários. Assim, esse trabalho avaliou a capacidade de adaptação homóloga e heteróloga de E. coli enterotoxigênica (ETEC) a concentrações subletais de óleos essenciais de cravo-da-índia, citronela e canela e ao eugenol, citral e cinamaldeído. Após a determinação das Concentrações Inibitórias Mínimas (CIM) e Bactericidas Mínimas (CBM) foi avaliada a capacidade de adaptação da bactéria. ETEC exposta a concentrações subletais (CIM/8) dos óleos e componentes majoritários desenvolveu adaptação homóloga em todos os tratamentos, com aumento das CBM em até 4 vezes. A adaptação heteróloga, avaliada utilizando-se cinamaldeído e citral, ocorreu para ambos os agentes estressores. Quando esse foi o citral as CBM aumentaram em até 4 vezes, exceto para o óleo de citronela cuja CBM permaneceu inalterada. Já quando o estressor foi o cinamaldeído, observou-se adaptação heteróloga para todos os antimicrobianos. Dessa forma, alerta-se para a possibilidade dos óleos essenciais e componentes majoritários, quando utilizados em concentrações inadequadas, promoverem o aumento da tolerância de ETEC a esses antimicrobianos prejudicando o controle dessa bactéria na indústria alimentícia.