A poluição atmosférica, em conjunto com a COVID-19, surge como um fator de risco significativo para infecções respiratórias e diversas doenças, incluindo distúrbios cardiovasculares e câncer. Este estudo mapeou as internações hospitalares por doenças relacionadas à poluição do ar nas dez capitais mais populosas do Brasil e avaliou o impacto da pandemia da COVID-19 nesses dados. Utilizando informações do DATASUS de 2000 a 2022, abrangendo as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Manaus, Curitiba e Goiânia, observou-se um aumento nas internações por Infarto Agudo do Miocárdio em todas as cidades, variando de 1,4% em Fortaleza a 188,2% em Goiânia. As internações por Acidente Vascular Cerebral também aumentaram, notadamente em Recife (821,2%) e Manaus (215%). O câncer de pulmão teve aumentos expressivos em Recife (503%) e Belo Horizonte (133%), enquanto as internações por Asma diminuíram em algumas cidades, mas aumentaram em Brasília (130%). Em 2020, durante a pandemia, houve uma redução significativa nas internações, mas em 2022 os números voltaram a subir em todas as capitais, ressaltando a importância do monitoramento da qualidade do ar, bem como a necessidade de avaliação aprofundada do impacto da pandemia nos sistemas de saúde no país.