RESUMO -A finalidade deste estudo foi avaliar a eficiência da incorporação de cetoprofeno em blenda de sericina com alginato. A partir de técnicas de extração de sericina por via física através de autoclave e gotejamento em solução de CaCl2 3%, foi possível formar as partículas de blenda sericina-alginato e cetoprofeno. A partir das partículas, foram realizados ensaios de incorporação, para determinar a eficiência de incorporação do cetoprofeno à blenda. Observou-se que a sericina contribui para melhorar a eficiência de incorporação e a geometria das partículas, quando comparada às partículas somente com alginato. Além disso, a adição do reticulante polietilenoglicol se mostrou dispensável. As melhores partículas produzidas foram aquelas com o maior equilíbrio nas quantidades de sericina e alginato, apresentando partículas homogêneas e eficiência de incorporação acima de 70%.
INTRODUÇÃOPara a produção da seda utiliza-se a fibroína, proteína insolúvel encontrada nos casulos do Bombyx mori, popularmente conhecido como bicho-da-seda. Outra proteína presente no casulo, a sericina costuma ser descartada como resíduo pela indústria têxtil, sendo responsável por problemas ambientais em virtude da elevada demanda de oxigênio em seu processo de degradação. Devido às suas propriedades, como biocompatibilidade e biodegradabilidade, ela pode apresentar um significativo valor econômico para a indústria farmacêutica (Aramwit et al., 2012).A sericina apresenta-se em solução como um hidrogel à temperatura ambiente, de modo que, devido à sua estrutura e presença de grupos laterais polares, torna-se solúvel em água a elevadas temperaturas e permite a reticulação, polimerização ou formação de blendas com outros polímeros, como por exemplo, o alginato de sódio. A combinação da sericina com o alginato pode ser aplicada na indústria farmacêutica como uma blenda com característica gastrorresistente, evitando que as propriedades dos fármacos incorporados sejam afetadas e, por consequência, permita o controle de sua liberação (Aramwit et al.,2012.O estudo de novas formas de liberação de fármacos a partir de princípios ativos já existentes apresenta a vantagem de diminuir os efeitos colaterais, além de permitir melhor