Fungos demáceos são organismo com células melanizadas que vivem em meio a natureza, no solo e em substrato arbóreo, apresentam resistência em baixas e altas temperaturas, desenvolvendo-se principalmente em áreas de climas tropicais e subtropicais, quando inoculados na epiderme humana podem causar doenças como Cromoblastomicose, Eumicetoma e Feomicose. Os manguezais são ecossistemas que podem apresentar vegetação espinhosa e devido a maioria das micoses de implantação estarem relacionadas a inoculação de conídios por traumas ocasionados por plantas, o trabalho objetivou avaliar a ocorrência de fungos demáceos em espinhos da vegetação de manguezal da Reserva Extrativista Marinha de Soure – PA e identificar os gêneros mais ocorrentes que podem ser patogênicos à população extrativista, bem como para os catadores de caranguejo que trafegam nas trilhas do mangue. Foram realizadas 60 coletas distribuídas em três praias da região, durante o verão e inverno. Os espinhos foram extraídos da vegetação com o auxílio de uma pinça e um estilete, ambos esterilizados, embalados em papel alumínio, numerados e transportados até o laboratório da Universidade Federal do Pará. As amostras foram semeadas em meio de cultura Ágar Batata Dextrose e incubados por 7 dias sob submissão de temperatura ambiente, apôs o crescimento das colônias parte do material fúngico foi coletado com o auxílio de fita adesiva transparente e corados com Lactofenol Azul de Algodão, depositado em lâminas e observado através do microscópio óptico. A identificação foi realizada através de Metodologia Clássica baseada em Lacaz, com a análise das estruturas de frutificação dos fungos. Entre as amostras coletadas foi identificado 23 colônias de fungos demáceos dos seguintes gêneros: Alternaria sp, Curvularia sp, Exophiala sp e Phialophora sp. Confirmando o risco patológico para à população.